“A sorte protege alguns audazes” José Megre
ARTIGO - HISTÓRIA
No dia 21/2/2009 Portugal assistiu à morte daquele que é considerado o pai do Todo-o-Terreno em Portugal.
José Megre, nascido em 1942, Eng. Mecânico de profissão com especialização em automóveis, militar condecorado com a Cruz de Guerra, deixou um legado que ainda hoje perdura e perdurará para os anos vindouros. Desde a participação em provas do Campeonato do Mundo de Ralis a Troféus de Velocidade, foi no Todo-o-Terreno que se destacou ao participar no Paris-Dakar ao volante dos jipes portugueses UMM e mais tarde em muitos outros eventos desportivos de renome mundial já ao volante dos Nissan e não só.
Em Portugal organizou uma série de eventos de competição Todo-o-Terreno, sendo que os mais importantes ainda hoje se realizam. Seja a Baja 1000, a Baja Portalegre 500 ou as 24 Horas de Todo-o-Terreno. Organizou também expedições obre a égide do Entreposto, como o Patrol Teneré, Terrano II Sul-América, Terrano II Tibete, Troféu Nissan Terrano II, entre muitas outras viagens pelos 5 continentes, organizadas através do Clube Aventura do qual foi fundador.
José Megre, o homem que visitou todos os países do mundo…menos 1! Esta é a descrição que ficará na história como prova dos feitos de José Megre. Contudo, mais do que os feitos em si, é a capacidade desses mesmos inspirarem muitos outros.
No meu caso em particular, José Megre foi e sempre será a figura chave do Todo-o-Terreno em Portugal. Desde miúdo que gosto de carros e em particular de jipes. Em 1992 a oferta reduzia-se a meia dúzia de modelos. Pior do que encontrar jipes na rua era conseguir encontrar uma publicação dedicada ao Todo-o-Terreno. Mas José Megre criou a revista Aventura 4×4 Moto. Foi aí que percebi até onde ia o mundo do Todo-o-Terreno e durante anos absorvi as suas palavras em cada edital ou reportagem das viagens que fazia e isso influenciou-me em grande maneira naquilo que hoje eu entendo como “Todo-o-Terreno”. Nunca me canso de guiar em Todo-o-Terreno. A condução offroad está repleta de desafios e a técnica vai-se apurando com os anos e conforme os quilómetros e aventuras se vão sucedendo. Sozinho ou em grupo, o veículo TT é a maior ferramenta de evasão que existe. Apesar das características de um TT, a sua engenharia mecânica na forma mais básica é de uma simplicidade tremenda e as possibilidades que traz quase infinitas.
Uma coisa era certa, ninguém podia ficar indiferente ao chamamento e motivação que transmitiam as palavras de José Megre, para se ir para o terreno e viver aventuras. Por isso, melhor do que ficarmos a olhar para as memórias dos feitos de José Megre, é seguir a sua mensagem e criarmos as nossas próprias memórias percorrendo este país e esse mundo fora ao volante de um jipe se possível ou de outra maneira qualquer. Mais do que marcas ou modelos, o que continuo a transmitir a todos os que comigo se cruzam nestas lides, (e já não são poucos nestes 25 anos) é que saiam, vivam e usufruam em família e com amigos e façam as vossas próprias memórias, conhecendo pessoas e locais espetaculares.
É também com esta vontade e inspiração que nasceu o Espirito TT. Obrigado, Eng.º José Megre!
por Alexandre Carvalho
