Isuzu D-Max EV: a nova pick-up elétrica já disponível

ARTIGO - ACTUALIDADE

Finalmente chegou a Portugal a primeira pick-up 100% elétrica da marca japonesa. Chama-se D-Max EV, e apesar da nova motorização, mantém intacto o ADN de robustez e capacidade que sempre definiu o modelo. É uma nova etapa a Isuzu e talvez o primeiro sinal de que o todo-o-terreno elétrico começa a ter o seu espaço.

À primeira vista, a D-Max EV não esconde as suas origens. O desenho é o mesmo da pick-up que bem conhecemos. Apresenta linhas sólidas, postura alta e um chassis de longarinas que continua a ser a base de toda a sua resistência. Por baixo, contudo, tudo mudou. A mecânica a gasóleo deu lugar a um sistema elétrico de dois motores, montados nos eixos dianteiro (43kW) e traseiro (97kW), que juntos debitam 140 kW (190 cv) e 325 Nm de binário imediato.
Com uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 10 segundos, o que a torna ágil, vemos a sua velocidade máxima ficar-se apenas pelos 130 km/h para otimização da energia.

A energia vem de uma bateria de lítio com capacidade de 66,9 kWh, colocada entre as longarinas do chassis para manter o centro de gravidade baixo e proteger os componentes em situações mais exigentes. A autonomia ronda os 263 a 361 quilómetros (WLTP), dependendo da carga e do tipo de condução, e o carregamento rápido em corrente contínua (DC) permite repor 20 a 80% da bateria em cerca de uma hora, tempo suficiente para um café, conversa e uma verificação rápida do trilho seguinte.

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Mas o que mais interessa aos aficionados do todo-o-terreno é isto: a Isuzu não abdicou da sua vocação 4×4. Em vez das tradicionais redutoras, a D-Max EV conta com um sistema e-AWD (tração elétrica integral), onde a distribuição de potência é feita eletronicamente e em tempo real.
Cada motor gere o binário de forma independente, o que significa que as rodas com mais aderência recebem mais força instantaneamente.
Pode contar com o modo Rough Terrain que permite uma melhorada eficácia na tração.
Na prática, é como ter bloqueios eletrónicos e um controlo de tração eficiente, e tudo sem a nossa intervenção. Em pisos técnicos, como lama, areia ou pedra solta, a progressão é suave e controlada, e a ausência de atrasos entre o acelerador e as rodas permite um domínio quase cirúrgico do movimento.

O conjunto é apoiado pela mesma estrutura “body-on-frame” que sempre caracterizou o modelo, mas agora reforçada para suportar o peso extra da bateria. A altura ao solo com 212mm é generosa, sendo ligeiramente mais elevada do que a congénere diesel, e os ângulos de ataque (30,5°) e saída (24,2°), e capacidade de vau de 600mm que garantem que continua a enfrentar obstáculos.

Nas suspensões apresentam triângulos duplos à frente, e na traseira adopta uma nova configuração de suspensão De-Dion e molas de lãminas, que oferece suavidade e melhor comportamento, especialmente com carga.

Em termos práticos, a D-Max EV não perdeu utilidade. Continua a rebocar até 3.500 kg e a transportar cerca de uma tonelada de carga útil, o que a coloca lado a lado com as versões diesel. A diferença está no silêncio e na suavidade com que tudo acontece sem vibrações, apenas o zumbido grave dos motores elétricos e a sensação imediata de binário quando se pede tração. Contudo, ainda não tem a autonomia desejada para grandes percursos, que pode ser condicionada pelo peso e tipologia do terreno, mas é certamente, um passo positivo nas ofertas EV que já dispomos no mercado.

Em Portugal, chega em duas versões, e apenas com um nível de equipamento.
LSE: Cabina Longa 4×4 LSE EV de quatro lugares e Cabina Dupla 4×4 LSE EV de cinco lugares, com valores de 69.400€ (mais iva), e 70.400€ (mais iva) respectivamente.